Rádio Web toada

1 de novembro de 2012

Feroz Paixão


Amazônia,feroz paixão...ferocidade animal

Enfurecidas são tuas águas em corredeiras de amor
-Mas pra quê tanta fúria? Se és a deusa do maior e mais belo templo divino?
-Sou furiosa porque
 sou selvagem,porque sou pura...
Ainda intocada pelas mãos da modernidade.
Sou intensa,avassaladora e única em cada toque de beijos em flor.
Forte por ser grandiosa,por amar demais cada folha caída,
Cada remanso transformado em rebojo...
Enfurecida pelo esculpir do tempo...
Minha fúria é traduzida em acordes de vento...
Em sensíveis gotas de orvalho derretidas pelo sol das manhãs.


Monique Pires

Cachoeira do Aruá,Rio Tapajós.

14 de setembro de 2012

É hora de despertar!



Nas entranhas da mata, Debaixo das copas das árvores, Ao soprar dos ventos, Brota a vida, regida pela a esperança de um amanhã. No abrir das pétalas, ao cair das frutas. À dança da liberdade. Meu Beija-Flor semeador de sonhos, beija minhas rosas cheio de beleza e realeza, leva consigo o dom do criador, espalhando a vida sobre o verde com todo Amor ! Voa gaivota rasgando a noite, trazendo com sigo um novo alvorecer, é hora de despertar! Serenas gotas de orvalho dissipam-se ao calor do amanhecer. A vida no centro da grande floresta renasce! O bailar de borboletas vem nos saudar. Escondendo-se da luz os bichos da noite... O sol irá reinar. Espalhando sua energia em raios de vida, Iluminando a mata,banhando-a de luz e dourando as águas do meu imenso rio-mar. Despertando assim a minha Paixão : Amazônia.




Anderson Vieira




5 de setembro de 2012

Amazônia Sonho e Vida !





Amazônia santuário do imaginário caboclo
utopia da maior realidade indígena já descrita ,vista e falada
terra dos sonhos e fantasias,
das magias e encantos que encontramos nas lendas e nos mitos.
Do canto de sedução da Iara nas noites enluaradas
Aos botos transformados em homens pela magia do imaginário caboclo
Dos rios às terras firmes, das secas às cheias és serena e imponente
Amazonia ...

Vida do meu viver , o meu querer é sempre te ter ..
Solta , livre, liberta dessa ganância que te aprisiona,
Que te consome no consumo desenfreado desse progresso,
que traz essa tal praga para dentro de ti.
Que mancha teu verde, transforma em cinzas minhas árvores,
e que pela arrogância faz em carvão meus sonhos, restos mortais de um futuro agora incerto.
A fumaça sobe se sobrepondo sobre o azul, poluindo o ar
O meu rio chora, levando consigo o lixo que traz junto de si a ignorância de não saber te preserva , te amar e te respeitar. 

És o Santuário ecológico…
Rica e Bela … cada olhar , cada som , cor te mostra incomparável
Em meu solo sagrado eu canto entre árvores ,
danço cercado pelo verde , pelo canto do uirapuru ,
iluminado pelo sol e coberto pelo azul celeste...
Canto contando a história , lamentando o presente e chorando pelo futuro ! 
Que Talvez não haverá !
E Meu Kurumin não verá !
Não ouvirá meus pássaros pelas manhas ,
e nem verá meu verde livre e meu rio liberto.

Anderson Vieira
Poeta Parintinense

17 de julho de 2012

Mercadores de almas e vidas … Usurpadores de Terras !



 Navegando sobre o grande rio mar
 Em sua luta incansável eles vieram buscar
 Acharam o mais lindo dos tesouros:
 Amazônia
 O eldorado vieram explorar
 Orellana então encontrou a beleza que não viu em nenhum lugar!
 Amazônia de cantos e encantos …
 Encantou os viajantes do mundo de lá.

 Em busca de novas terras eles vieram.
 Arrebatando minhas riquezas
 E agredindo meus irmãos.
 Chegaram com o pensamento de explorar
 Minhas penas tomaram para si,
 Meus ritos e dança, cessaram.
 O meu canto silenciou 
 E ao som de armas de fogo,
 Tivemos que lutar.
 Pra nossa terra eles não explorar.

 Acorrentado da Liberdade apenas o que me resta é chorar.
 Em suas caravelas hei de viajar.
 Um dia Livre, em outro sou escravo.
 De Filhos da mãe Natureza agora servos de seus Reis.
 Nunca mais terei Paz,
 Eles chegaram para me acovardar.
 Choro pelos que irão nascer.
 Sobre o julgo do homem branco 
 Pois nunca mais terão e verão a Liberdade que tínhamos!
 E o que nos resta é lamentar o que não teremos Mais: Liberdade !

Anderson Vieira


19 de junho de 2012

Amazônia meu eterno Amor !




Ao som dos pássaros meu amor é despertado por ti
Sob o calor do sol que irradia tuas águas
Da leveza do vôo das araras à dança das garças
Do canto do Uirapuru ao desperta dos papagaios
Mostra tu, a vida que brota em cada rosa em teu ermo.

Amazonia de vidas e cores ,
indígena , cabocla ,
Morena menina ,
de cabelos longos encanta ,
com doçura em cada canto ,
em cada olha,
 desperta o encanto que sinto por ti
O cantar de miriades de pássaros se harmoniza
Qual mais fina filarmônica de cantos e luz
Me incendeia nessa paixão que me seduz !

A Felicidade vem sobre o remanso do rio
Minha canoa pescadora de sonhos.
Me leva sobre as águas da minha paixão !
Rumo à felicidade presa sobre minha rede,
trago o sustento ...

Amazônia dos sonhos
quando criança em minha imaginação te criei
cheia de vida e alegria te formei
e hoje te vejo com amor
De uma flor de um belo igapó que em criança conheci
E que hoje reencontrei
E que traz do meio da floresta
O perfume que jamais esquecerei
Pois viverei eternamente te reencontrando
minha Flor ... Amazônia !

Utopia quando menino
Realidade vivida que se tornou o meu grande amor
Se um dia teu verde encantador
se destruído com todo furor
o meu rio secar
teu céu azul anil
ser poluído sem dó
então sentirei toda dor
por ti , pois vivo em ti
e tu vives em mim meu Amor… Amazônia !

Anderson Vieira
Poeta Parintinense

17 de junho de 2012

Xingu Vivo !



Grande , Sereno e Extenso
Caudaloso ,Barrentas e Turvas são tuas águas o Poderoso : Rio Xingu !
Entre braços e abraços , 
entre curvas es aí a tua reserva :
Parque Xingu, Parte da historia do Rio que chora.

Branco não sabe o que faz ! 
Não pensa no que irá fazer e imagina que iremos viver.
Mais viver como ? 
Sem água que me banha , 
que me acompanha nessa velha esperança de viver.
Só em pensar que meu sustento vai ser tomado , 
arrancado de mim, me vem logo a tristeza
em conhecer que irei falecer.

Meu sustento vem da pesca ,
de idas é vindas nesse Rio, 
de remada após remadas sigo rumo a esperança pela fartura,
sustento e alegria para minha aldeia.
Brota dessas águas o meu amanhã , 
nasce nesse Rio o futuro do meu Kurumim.

Mas a morte de meu Rio está decretada pelo Branco, 
será cortado ao meio, atravessado como uma caça.
Sim … o meu sustento !
O meu irmão pelas manhãs ,
amigo pelas tardes, será ferido mortalmente.
De um lado ficara cheio, alagando meu verde,
do outro secará, como minha Esperança de velo Livre , Solto e Eternamente soberano. 

As lágrimas que escorrem em meu rosto,
são como palavras de meus ancestrais
que viveram aonde hoje vivo ,
Lágrimas de lamento de ver que Nós morreremos novamente pela Ganância do branco .
Já não tenho mais minha caça,
pois estão transformando todo meu verde em cinzas ao redor de meu Parque…
E o que me resta agora querem acabar , destruir e construir sua tal de hidrelétrica,
guiada por esse Progresso que traz essa praga para dentro de ti : Xingu !

Os Povos da Floresta choram tua morte.
Pois não poderás mais abraçar teus kurumins pelas manhãs,
e nem saciar seus guerreiros.
Serás impedido de sustentar seus filhos.
Pois construirão cegos pela ganância sua hidrelétrica,
 e destruirão pela impotência Meu Rio.

Anderson Vieira 
Poeta Parintinense

9 de junho de 2012

Benzedeiras da Amazônia !



Gestos Lentos 
mãos calejadas
no silencio ouve-se uma oração...
uma petição...
olhos fechados.

Do incenso que exala fé,
ao óleo que alivia,a reza que sara…
Benzedeiras da Amazônia…
afastam o mal olhado , 
desencantam o encanto , 
Ribeirinhas humildes em seu andar, falar e tocar
fé única que encanta quem por elas são curados.

Curas que não tem preço 
somente pelo apreço que sentimos 
já se sentem pagas.
Vem dessas Matas sua sabedoria
brota desse solo suas riquezas.
Das raízes aos troncos,cascas e folhas são seus medicamentos
das rezas nasce sua fé e da fé a cura.

Mulheres,amigas,irmãs
adjetivos infinitos para te descrever,
oh mãe de todos nós
Curandeira nas noites escuras
Parteiras sobre luz de velas
que iluminam seu caminho,sua fé.
socorro para todas horas 
das terras distantes , as vilas és tu a esperança
descanso e proteção , segurança e amparo.
Sempre encontraremos em teus braços o abraço amigo.
Mulher Guerreira.

Anderson Vieira
Poeta Parintinense 

23 de maio de 2012

Amazônia: Obra perfeita do Criador !




Amazônia…
Da Pintura do artista,
ao poema do poeta.
Do sonho de um sonhador,
a Obra prima do escultor
Es a perfeição do Criador .

Harmonia que te rege,
harmonia que te segue.
Perfeição que te acompanha,
tu que não se acanha nessa velha esperança de viver.
Amazônia de tamanha grandeza es tu de realeza sem igual.

Amazônia futuro dos povos, 
dos que nascem para te ver,
crescer e te ter, livre… eterna mãe das nações !
Amazônia santuário de cores , 
vida que brilha e reluz nas penas das araras,
clama por preservação pelo canto do Uirapuru,
nas rezas dos Pajés pede por Esperança,
nos sons dos maracas e tambores clama pela vida ,
do azul celeste ao verde da esperança,
tu exala confiança na expectativa de viver.

Na doçura de te contemplar:
Esculpida foi tua beleza.
Na suavidade de te olhar:
Me vem a vontade de te respeitar.
No desejo de te ouvir:
Nasce a vontade de adorar.
A cada novo dia nascer a vontade de te preservar !
Na leveza que me traz cada sentido:
Brotar a vontade de te amar…
Amazônia … 


Anderson Vieira
Poeta Parintinense

11 de maio de 2012

Índio Amazônico !



Com cocares e enfeites contemplo o verde que tanto amo.
De arcos e flechas levo a vida caçando.
Com lanças eu vou pescando. 
Abraçado pelo meu rio eu vou remando,
 a cada mergulho de meu remo eu vou pensando, 
sentado em minha canoa,
 vou contemplando o rio que se vai andando.

Das pinturas com urucu e com jenipapo,
 traço minhas tradições em traços marcados no compasso de dedos delicados.
Dos maracas aos tambores
entre as malocas, 
ao som das flautas sagradas meu canto ecoa.
No centro da grande floresta danço, canto os ritos que conta a história,
 em cada verso e poesia brota a vontade de te amar : Amazônia.

Das lendas e contos, entre magias e mistérios vivo a vida sobrenatural.
Do alimento sagrado: Mandioca.
 Da Farinha, ao biju, da goma ao tucupi bebo e como de ti.
Trago a Arte em cada entrelaço de colares a cocares ,
 dos enfeites as cestas de palhas.

Dos rios e lagos , cachoeiras e
corredeiras que saciam a minha sede.
Das terras firmes e matas virgens …
Sempre serás tu a minha eterna Paixão : Amazônia.

Eu que te contemplo todos os dias : Assurini ,kaiapó,Yanomami …  E te defendo todas as manhãs : Marubo, Macuxi, Mura … 
Que te abraço a cada pôr do Sol : Baniwa, Deni, Dessana … 
Eu que nasci em teu seio: Tupis , Guaranis , Barés ... Sou ... O canto .... A lenda .... Sou o verde dessas matas ... Tucanos , kaiapos, Manaos .... Sou a arte a fé em minhas crenças: Pataxó, Ticuna, kaxinawá … A força dessas correntezas ... A tranqüilidade dessas águas ... SOU Eu um índio Guerreiro.


Anderson Vieira 
Poeta Parintinense

7 de maio de 2012

Caboclo da Amazônia !



Dos barrancos a palafitas,
eu vou contemplando o rio que vai andando apressado para o seu descanso , 
de canoas e remos,
eu vou navegando no rio que eu amo
de redes e iscas eu vou pescando ,
do sol a canoa eu vou trabalhando,
tirando o meu sustento de suas águas eu vou vivendo.

Contemplando a imensidão e abraçando a minha paixão
Sou caboclo desse beiradão , 
das casas de palafitas
até as canoas que flutuam nessa vastidão.
No centro da floresta verso a preservação …
Do meu coração brota essa paixão.

Anderson Vieira 
Poeta Parintinense