Rádio Web toada

9 de fevereiro de 2012

Amazônia


Amazônia dos índios e cablocos,
Dos povos esquecidos,
Das culturas que os piratas tentam imitar,
Das vozes que se calam ao som do gatilho de uma arma.

Amazônia do som das motos serras que invadem a floresta
Com um apetite voraz,
De máquinas famintas por árvores,
Das árvores manchadas de sangue
caídas no meio do esquecimento da humanidade,
Assassinadas pela ganância que consome os homens.

Amazônia, Pátria da Biodiversidade,
Do verde que clama pela Vida,
Amazônia, bela que se torna desencantada
Pela cor do dinheiro.
Falo de um solo que è assaltado todos os dias.

Falo de ti, Amazônia que emana a Vida.
Lagrimas que escorrem e se juntam com ás águas dos teus imensos- rios,
Lagrimas de lamento, o pranto tomou conta dos teus filhos
É uma pena que o desmatamento corre solto, livre como bandido!
Falo de um Patrimônio gigantesco de nossa Pátria.

Dos milhares de hectares destruídos,
De uma Fauna que perde espaço para o gado,
De uma Flora que é substituída pelas plantações de soja.
Todos seremos testemunhas do maior assassinato que o mundo já viu,
Testemunhas de um agricultor ingrato e de pastagens assasinas.

De um deserto que dia a dia esta se formando na Amazônia
Até quando seremos testemunhas das mortes de teus Filhos?
Saqueados, roubados, feitos escravos há mais de 500 anos.
Testemunhaste tu mesmo Amazônia!
O crescimento da ganância do ser humano.

Da História do Pau Brasil,
Aos desmatamentos de hoje!
Das tuas penas arrancadas,
Às tuas peles saqueadas,
Das tuas seringueiras arrancadas de teu solo.

Até as mortes dos teus filhos que te amavam.
Como Chico Mendes que deu o testemunho vivo de amor a ti,
Da missionária imortal Dorothy Stang,
Eternos guerreiros de sangue verde.
Que pelo canto vivo da poesia faço a eles tal homenagem

Amazônia, o que te pode salvar?
Será Uma lei...
A consciência de tua nação,
Quem te acolherá e lutará por ti?
Serei eu sozinho?

Serão seus filhos, meus filhos, não sei!
A única coisa que sei é que a Amazônia
Necessita de socorro!
Não transformem meus sonhos em cinzas.

Não deixem mercúrio nos meus rios
Não calem o canto dos meus pássaros!
Até quando continuarão a te agredir?
Até quando as tuas árvores continuarão a tombar?
E ninguém ouvira o som dela ao deitar em teu solo.

Até quando as árvores se deitarão no cemitério verde?
Até quando a tua Fauna será esquecida?
Até quando o Planalto fingirá não saber?
Ate quando não ouviram o Canto de esperança,
O canto de alerta que ecoa em todo o Brasil?
Até quando eles não perceberão esta desgraça?

Quando vão ver esta fumaça que sai do Norte?
Ate quando deixaremos de ter a consciência de preservar?
Até quando irão continuar destruindo o que o Criador criou?
Amazônia o manto verde, presente do Nosso Pai!


Anderson Vieira 
Poeta Parintinense

2 comentários:

  1. Caramba,é impressionante como vc consegue articular as palavras,sabendo retratar o que acontece em nossa atualidade.
    E fica assim...o uso de suas palavras entra em sintonia com a beleza extraordinária da natureza.
    MAIS UMA VEZ,PARABÉNS!

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